Muito se fala sobre o poder da mente, mas ainda é pouco divulgado como as pessoas podem usar esta ferramenta tão poderosa para realmente conquistar seus objetivos.
Sabe aquela preguiça que faz com que você adie aquilo que tem de fazer? Amanhã eu vou na academia, amanhã eu começo a dieta, amanhã eu leio este livro, amanhã eu medito… tem um motivo!
Quero te propor a seguinte reflexão:
O que está te impedindo de alcançar seus objetivos? Você se considera merecedor(a) de conquistar tudo que deseja? O que você verdadeiramente sente ao pensar que é um campeão na vida?
Neste texto quero te explicar como a nossa mente funciona e entender o que nos leva a agir como agimos.
A nossa mente é extremamente poderosa e nós, seres humanos, somos muito privilegiados por conseguirmos usá-la de forma a conseguir gerar melhorias em nossas atitudes e comportamentos através de nossas reflexões e experiências.
Já parou para pensar nisso? Somos a única espécie dotada com esta capacidade analítica, lógica e racional. Isto nos possibilita aprendermos com as nossas experiências e assim evoluirmos na direção que desejarmos.
Então gera uma dúvida… se somos dotados com tanta capacidade, qual o motivo que nos leva à atitudes de autossabotagem? Ou ainda da sensação de não sermos bons o suficiente… ou de não sermos merecedores de prosperidade e felicidade?
Tudo tem início na necessidade emocional primária de todo ser humano, desde a sua concepção até a sua morte: a de suprir a necessidade de SE SENTIR AMADO. Brinco que é o nosso “Balde da Carência”.
Sentir-se amado não tem relação direta com o fato do indivíduo receber amor. Cada pessoa tem o seu próprio jeito de demonstrar amor… você pode ser amado por aquela pessoa do jeito dela, mas ainda assim não se sentir amado. A forma como você se sente é uma experiência individual e intransferível, e por isso, extremamente subjetiva.
Além disso, esta necessidade emocional envolve diversos conceitos: temos a necessidade de nos sentirmos ACEITOS, ACOLHIDOS, PROTEGIDOS, RECONHECIDOS, VALORIZADOS, ÚTEIS e IMPORTANTES em qualquer relacionamento que estivermos, primariamente no núcleo familiar e expandimos para as nossas relações sociais, profissionais e amorosas.
Entender este conceito é vital para evoluirmos e assumirmos as rédeas de nossas vidas.
Quando não nos sentimos amados, buscamos atender as expectativas das outras pessoas para sermos “merecedores” de sermos amados (incluindo os diversos conceitos mencionados acima). E isso molda o nosso padrão de comportamento.
E como isso funciona?
Desde que estamos no útero de nossa mãe, experienciamos diversas sensações e através destas, geramos interpretações emocionais únicas que nos remetem à crenças enraizadas em nosso subconsciente que não temos a menor idéia que poderão ditar a forma como agimos na vida. Tudo o que este pequeno ser deseja é se sentir amado.
O bebê no período gestacional só conhece o útero, que é o seu mundo. Ele não conhece a mamãe nem tampouco o mundo externo. As suas únicas experiências são as que sente em seu mundo, o útero materno. Embora seja tão pequenino, já é dotado de percepções intensas, tanto físicas como emocionais.
Você sabia que o bebê consegue perceber todas as emoções da mamãe?
A mamãe não consegue entender o que seu bebê está sentindo, porém, aquele pequenino ser percebe todas as emoções de sua genitora.
Precisamos primeiramente entender o que é uma emoção… Emoção é um conjunto de sensações físicas. Pode ser um coração que dispara, um aperto no peito, um nó na garganta, suor nas mãos e/ou nos pés, frio na barriga, etc.
Assim sendo, como emoção é sensação física e o bebê está no corpo de sua mamãe, logo ele percebe todas estas alterações. A grande questão é que ele não possui maturidade emocional para entender o que é cada uma destas emoções, gerando assim suas próprias percepções, interpretações.
Só para se ter uma idéia… quando a mamãe está calma, o útero é um local quente e confortável, pois o fluxo sanguíneo é concentrado no útero para o desenvolvimento do feto. Quando a mamãe sente uma emoção negativa, como um susto, por exemplo, o útero passa a ser um local mais frio e desconfortável. É imediatamente ativado o mecanismo de defesa de luta-fuga, onde o fluxo sanguíneo é deslocado para as extremidades (pés e mãos – para lutar é necessário força nas mãos e para fugir, nos pés) e o útero sofre contrações, tornando o local mais desconfortável para seu habitante.
De acordo com as interpretações emocionais geradas por este bebê, ele pode desenvolver feridas emocionais como sensação de rejeição, abandono, culpa. E este entendimento pode levar a um padrão de comportamento de autossabotagem. “Eu não sou merecedor de ser feliz, pois fiz “mal” à mamãe… Tenho de provar ser perfeito em tudo senão não serei amado(a)…”
Estas interpretações emocionais podem ficar registradas em nosso subconsciente como uma “ameaça imaginária” e através do mecanismo de autopreservação, são externalizados como um sintoma a ser tratado (depressão, insegurança, ansiedade, fobias, vícios, etc).
E não é somente durante o período gestacional que se desenvolvem as feridas emocionais. Durante a nossa primeira infância (que vai até 6 a 8 anos), frases inocentes como “Você não faz nada direito” ou “Dinheiro não traz felicidade” podem ser verdadeiros mantras que ecoam em sua mente e ditam suas atitudes.
E como nos libertar deste padrão que nos distancia dos nossos objetivos?
A busca pelo AUTOCONHECIMENTO é essencial. Entender a sua história, quem você é, o que sente, o que faz e porque faz é libertador. Sentir que todas as pessoas que passam em nossa vida são indivíduos com suas próprias dores e trajetória de vida e ninguém é capaz de suprir completamente o seu “Balde da Carência”, pois somente você viveu e experimentou sua vida. Somente você é capaz de ser gentil e amoroso consigo mesmo da forma que deseja.
E nesta jornada de autoconhecimento, diversas ferramentas estão disponíveis para nossa evolução. Uma delas é a HIPNOTERAPIA, que usa o estado de hipnose, que é um estado natural da nossa mente de foco, concentração e imaginação para identificar e tratar a causa raiz do desconforto que a pessoa sente (seja insegurança, depressão, ansiedade, procrastinação, falta de foco/memória, compulsão alimentar, vícios, fobias, etc).
A nossa mente é o estado de consciência ou subconsciência que possibilita a expressão da natureza humana, intangível e pode ser dividida em 3 níveis:
- Consciente: responsável pela parte lógica, analítica, racional, força de vontade e memória de curto prazo;
- Subconsciente: responsável pela emoção, hábitos, ociosidade, memória de longo prazo e autopreservação;
- Inconsciente: responsável pelo sistema nervoso autônomo e imunológico.
O que não temos ciência é que a nossa mente subconsciente é responsável por 95% da nossa capacidade de processamento neural, enquanto o consciente somente por 5%.
Isto explica o motivo pelo qual agimos de determinada maneira prejudicial mesmo sabendo racionalmente ser o pior caminho.
Somos descendentes dos homens das cavernas… e a nossa mente ainda preserva muito do padrão obtido desde então. A nossa mente foi programada para poupar energia a todo custo, pois vivíamos em um ambiente totalmente inóspito e hostil, onde tudo era uma ameaça à nossa sobrevivência. Por isso é tão difícil mudarmos hábitos, pois quando executamos no modo piloto automático, estamos poupando muita energia.
Criar novos hábitos requer novas sinapses neurais que demandam muita energia e isso é tudo que o nosso subconsciente, responsável pela autopreservação, vai querer evitar.
Só mudamos nossos hábitos quando mudamos a emoção associada a este hábito. Sempre agimos quando há a melhor relação custo-benefício para a nossa mente subconsciente.
Por exemplo: imagine uma pessoa sedentária que usa sua mente lógica e sabe que atividade física é vital para melhor qualidade de vida. Usando sua força de vontade, resolve se inscrever em um plano anual da academia e desta forma, entende que não faltará, visto que está mexendo no órgão mais sensível do ser humano: o bolso.
No primeiro mês, em que a força de vontade está cheia, realmente não falta nem um dia na academia. Porém a força de vontade é finita, não é recarregável automaticamente. Requer a tomada de decisão lógica constantemente. No segundo mês, a pessoa já falta alguns dias, mas, encontra justificativas (as famosas desculpinhas, muletas, mimimi…) e no terceiro mês já desistiu. Conhece pessoas assim?
Porém, imagine esta mesma pessoa fazendo check-up médico e recebe o seguinte diagnóstico do cardiologista: “Você deve praticar atividade aeróbia 5 vezes por semana, caso contrário, daqui um ano você precisará entrar na lista para transplante de coração”.
Certamente a pessoa sente medo de morrer, mas só mudará sua atitude caso este medo seja maior do que a emoção que a leva ao sedentarismo (vamos supor que seja tristeza).
Caso o medo de morrer seja maior que a tristeza, certamente esta pessoa mudará seus hábitos e fará uma mudança significativa, muitas vezes fazendo atividade física até mais do que o recomendado.
Porém, caso a tristeza seja maior do que o medo de morrer, provavelmente esta pessoa sucumbirá e deixará da forma como está, podendo ir inclusive à óbito.
É necessário haver uma mudança no padrão estabelecido na mente subconsciente através da conscientização conforme a maturidade atual do indivíduo para mudança de comportamento.
Na Hipnoterapia, a hipnose é usada para acessar as memórias de longo prazo da mente subconsciente, achar a causa do problema e ressignificá-la, de forma que a mente subconsciente não se sinta mais ameaçada e não precise criar sintomas para se defender, melhorando assim a qualidade de vida da pessoa em tratamento.
Em resumo, agimos da forma como agimos conforme nossa programação advinda de interpretações emocionais armazenadas como um “perigo imaginário” em nossa mente subconsciente que, através do mecanismo de autopreservação, desenvolve sintomas para nos defender de tal ameaça (os nossos comportamentos).
Perceba que não adianta saber racionalmente, e sim, mudar emocionalmente as suas crenças e interpretações, possibilitando assim, você ser um campeão nos esportes e na vida!
Tudo na vida são escolhas!
Qual será a sua? Ficar no papel de vítima ou assumir o controle de sua vida?
Dê a si mesmo(a) todo o amor, compaixão e gentileza que precisa!
Assuma o controle de sua vida! Você é muito capaz e merece ser muito, muito feliz!
Autora: Andréa Maeda – Hipnoterapeuta – ykigai.com.br